NOSTALGIA
11:38:00
No
último domingo, em pleno feriado chuvoso, com nuvens de dor de garganta e
carregado de trovões do sono, me bateu nostalgia. Nostalgia de quando meu avô
chegava em casa com uma caixa cheia de giz, para assim eu escrever em uma parede
velha e fosse a professora para meus aluninhos invisíveis.
Saudades
de quando ia para a praia com meus primos e minha única preocupação era nadar e
rolar na areia. Enquanto, depois, tinham que desembaraçar meus cabelos
cacheados, com uma mão no pente e a outra no terço.
Nostalgia
de quando entrava em lojas de CD’s e queria todos os lançamentos. Um
universo paralelo mediado por atendentes sempre descolados. E hoje tudo é de tão fácil acesso...
Saudades
de tentar assistir os Mamonas Assassinas e a Banheira do Gugu, escondidos de
minha avó, obvio. Porque quando ela me via muito quieta, sabia que estava "aprontando". Mas não era aprontar, era só adentrar num mundo no qual palavrões
eram profanados e bundas não tinham censura. Era uma quebra de paradigmas, um
ultraje, que para uma criança, era uma aventura.
Nostalgia
de ligar na MTV e acompanhar os lançamentos dos clipes, da Britney Spears e das
Spice Girls. De dançar Rouge e Back Street Boys, sorrateiramente. Saudades
de quando as comunidades do Orkut me definiam e eu não precisa dizer muito. De me conectar ao MSN e furtivamente ter meus precoces flertes com pré-adolescentes
virjões.
Belas lembranças tenho de quando os livros que a escola pedia eram da
serie Vaga-lume. Quantas noites passei acordada depois de ler o
“Escaravelho do Diabo” e o “Mistério dos Cinco Estrelas”? Era muito adrenalina
e traumático para uma criança. E mesmo assim, até hoje, continuam sendo as
minhas 2 leituras preferidas. Se depender de mim essas literaturas jamais irão
padecer. As eternizarei, e as defenderei.
É. Bateu, passou e eu guardei na memória.
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