Luzes. Lona grande e redonda. Crianças. Palhaços espalhados. Três
filas para a compra de ingressos. Famílias inteiras, arrumadas e perfumadas.
Dinheiro entra e dinheiro sai dos caixas. Vários risos. A empolgação é notada a
quilômetros. Degraus, depois uma passagem e logo a nostalgia infantil me
invade. Entrei no circo e fiquei arrepiada.
Em
tempos de crise e desgraças mundanas, fui ao circo Balão Magico, presente na
cidade onde atualmente resido, Frutal. Planejei toda a semana ir e me deliciar
com as apresentações.
Quando criança, eu sempre ia juntamente com o meu avô Jorge, aos
circos que se
estabeleciam temporariamente em minha cidade natal. Eu me
divertia tanto, principalmente com os palhaços.
No dia em que fui, presenciei, pode-se dizer, um filme ação ao
vivo. Mulheres suspensas por cordas. Crianças elásticas. Homem-Aranha escalando
escada. Homem se equilibrando em uma corda fina, com vendas. E assisti o
temível Globo da Morte.
Foi um mix de surpresa, e pelos arrepiados. O que estas pessoas do
Circo fazem é digno de um filme. É magnifico. Mas notei algumas diferenças de
quando eu era criança e ia neste tipo de entretenimento.
Na
minha época os palhaços nos faziam rir, sem falar (viva Charlie Chaplin). Hoje
os palhaços falam, até demais. É incômodo.
Os circos não tinham um Camaro Amarelo para divulgar pela cidade o
nome do Circo. No máximo existia uma lambreta nas ruas com um microfone “fuleira”
anunciando o Circo itinerante.
Antigamente não existia cachorro-quente, batata-frita, e nem
chaveiros a venda (Sim, eu tirei uma foto com meu namorado porque pediram.
Pensei comigo: “ahhh, devem ter um site que depois disponibilizam”. Mas não, um
vendedor chegou até nós em um horário de intervalo, com um chaveiro, com nossas
fotos... em menos de 20 minutos, nos vendendo a 6 dilmas. Fiquei chocada. E
amei, mas não comprei). Antes tudo era muito simples e não menos cativante.
Enfim diferenças foram percebidas. Com o espetáculo me interessei
por escrever esta matéria de uma forma a tirar algumas curiosidades minhas, e dos
meus leitores. Conversei com um dos malabaristas do Circo, Maikon-O Homem
Aranha, que tirou algumas dúvidas minhas e que agora lhes apresento.
1. Qual a história
do Balão Mágico?
“O circo balão mágico vem de uma família
tradicional circense. No começo por volta de 1970 se chamava Circo do Linguiça.
Com direção de Tarciso do Carmo vieira e Luiz Vieira Netto.
Onde as atrações principais eram peças
teatrais e o show do Palhaço Linguiça, com sua guitarra maluca.
Na década de 70 com a música sertaneja
ganhando espaço nacional as duplas passaram a se apresentar em circos, e pelo Circo
do Linguiça apresentaram-se duplas de Renome nacional como: Milionário E José
Rico, Theodoro E Sampaio, Chitãozinho E Xororó entre outros.
Com a direção de Juvenal Thiago Borges e Rose
Vieira Borges em 02 de julho de 1992 nasceu o "Circo balão mágico". As
peças teatrais e os shows sertanejos deram espaço às atrações arriscadas como o
trapézio, pendulo espacial, incrível globo da morte e também a alegria dos
palhaços”.
2. Qual e média diária em horas de
treino dos artistas?
Em média de 2 horas.
3. Com a sua renda, você consegue
viver bem?
Sim, dá para viver bem. Graças a
Deus.
4. Existe muita diferença entre os salários
dos artistas?
Varia de acordo com o grau de
dificuldade de cada modalidade.
Neste
momento aparece a filha de Maikon correndo... e eu noto que ela se apresentou e
a pergunto.
5. Qual o seu nome?
Isis Jhuly
6. Você pretende continuar
trabalhando no circo? Se não, você tem vontade de seguir outra carreira?
Eu tenho vontade de só trabalhar
em circo. Mas caso um dia eu parar, eu gostaria de cursar medicina.
Assim continuo a entrevista.
7. Nossa, sua filha é muito
pequena. Como você faz com os estudos
dela?
Existe um projeto de lei no
Brasil (segundo pesquisas é a lei 3543/12, proposta do
então deputado Tiririca, que obriga as escolas publicas e particulares a
garantirem vaga aos filhos de profissionais da área circense)
Assim, onde nós estabelecemos, levamos
os documentos da Isis e a matriculamos na escola mais próxima do Circo.
8. No circo existem artistas de
outras nacionalidades?
Sim, inclusive aqui no Circo
temos russos, colombianos, argentinos, chilenos.
9. E este trabalho circense, é
hereditária?
Existe muito
hereditariedade na nossa área. Inclusive aqui no Circo, a minha família trabalha no Balão Magico.
Para os curiosos de plantão, de querem saber
mais da história do Circo, acesse este link do mundo estranho: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-origem-do-circo
POR FIMMMM, indico 3 filmes circenses. O
primeiro é o filme de Charlie Chaplin,” O Circo”, que está disponível no
Youtube. O segundo é o filme nacional “O Palhaço”, dirigido por Selton Mello. O
terceiro e último é o “Agua para Elefantes”, que contêm a atuação de Reese
Witherspoon e Robert Pattinson.