NÃO CUSTA NADA

11:52:00

Crédito: Felipe Guga

Do nada vem aquela saudade de você. Do seu toque, do seu cheiro, do seu beijo. De como agíamos, perante qualquer tempestade. De como os olhares alheios nos cobiçavam. De quando você me dava bom dia e sempre falava para eu não te abandonar, e enquanto eu ria você retrucava com voz de general que não custava nada refrescar minha memória de passarinho. 

Lembra daquele porre que eu tomei e você mesmo pedindo anteriormente pra eu maneirar nas doses, me deu banho e me colocou pra dormir? Pois é, eu me lembro. E daquele dia que você não atendia o celular e eu comecei a achar que tinha acontecido algo de grave, e quando eu abri a porta de casa você estava com vinho e flores dizendo: “Para de me ligar! Eu estava correndo atrás de uma surpresa para você. Eu te amo sua doidinha!”. Até hoje eu tenho a camisa em que derramei vinho enquanto tentava fazer uma dança sexy altas horas da madrugada.

Me pego pensando semanalmente no que você está fazendo. Preocupações tão tolas como se você está se alimentando direito, se você conseguiu um aumento de salário e se parou de tomar tanta Coca-Cola. E outros pensamentos vagueiam entre o que fomos e o que seriamos se ainda estivéssemos juntos.

Esses dias encontrei sua irmã na fila do supermercado. Ela me abraçou e disse que eu fazia muito falta. Na despedida retribui o abraço e disse que as coisas aconteceram como deviam. Mas de qualquer forma, deixei o meu endereço atual com ela. Não custava nada, não é mesmo?!

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