“DIA DOS NAMORADOS FRUSTRADO?”

17:07:00

Tomou banho. Ensaboou-se com o sabonete recém adquirido. Depilou seu corpo. Hidratou seus cabelos. Ao desligar o chuveiro o banheiro estava impregnado de fumaça. Passou a mão no espelho, para tirar o embaçado e se admirou. A tempos não fazia isso. Enxugou o corpo. Em seguida lambuzou o seu corpo de creme. O toque de pele era pura maciez. Ao olhar o guarda-roupa escolheu um vestido preto, fechado na frente e com um decote em “U” nas costas, que tornava o visual sexy o suficiente. Um salto vermelho foi aos pés. Penteou os seus cabelos enrolados, grandes e volumosos. Na boca um batom vermelho. Nos cílios, rímel. Nas orelhas brincos de perola. Em uma mão uma bolsa e na outra a chave do carro.

No carro ligou o rádio. Dirigiu até o restaurante de comida italiana, onde havia reservado uma mesa com meses de antecedência, pela alta procura que sempre há nesta data. Ao chegar todos os olhares, principalmente dos homens, que ali estavam, se voltaram para ela. Logo foi recebida e acomodou-se sozinha na mesa. Checa o celular antes de ser atendida. Analisando o cardápio escolhe: água, o melhor vinho da casa, a entrada, prato principal e sobremesa.


Após 20 minutos, muitos a olhavam sentada ali sozinha, apenas acompanhada de um vinho. O pensamento de todos, ela deduzia: “Coitadinha, se arrumou toda e o parceiro (a) deu bolo”.

A água e a salada chegam juntas. E os olhares piedosos dos homens acompanhados de suas mulheres continuavam. O prato principal chega. Bolonhesa. Ela come sem se preocupar com a sujeira que faz. O vinho tinto faz a combinação perfeita. O prazer dela é visto a distância. O telefone toca. Ela atende, mas a ligação cai. Pensa em ligar na hora, mas adia, pois o ultimo prato chega.

De sobremesa, Tiramisù. Se lambuzou com o eleito melhor Tiramisù que já comeu na vida. Em outras vezes que foi ao restaurante, não estava tão bom assim. Pensa consigo que é a felicidade espiritual que faz o prato melhor. Pede a conta e à paga. Sai sorrindo pelo prazeroso jantar que teve. Todos ali aparentam não entender como uma mulher pode sair feliz após ter sido, aparentemente, abandonada em pleno Dia dos Namorados.

Ao chegar em casa, ela coloca o pijama e retorna a ligação que teve no restaurante. Era sua melhor amiga, que atende aos prantos o telefone, contando das cafajestagens do marido. Enfim, dorme agradecida, por saber que teve o encontro no Dia dos Namorados com quem melhor lhe ama e lhe quer bem.

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