QUEM NÃO REAJE, RASTEJA.

06:28:00


Por um longo tempo, o Coronelismo obrigava os eleitores a votarem nos coronéis. Por um longo tempo, as mulheres e outros grupos selecionados, pelo preconceito, eram privadas de votar. Anos se passaram, e as leis evoluíram, sendo, hoje, o voto secreto, direto, de usufruto do cidadão brasileiro (maiores especificações estão no art.14 da Constituição Federal). Hoje podemos dizer abertamente em quem votamos nas eleições, e isto acabou se tornando parte de quem somos, já que votamos, em linhas gerais, em ideologias que nos representam.

Este ano de 2018, após vivenciarmos a substituição da presidente Dilma Rousseff pelo seu vice, Michel Temer, devido a denúncias de pedaladas fiscais (GOLPE), estamos à frente de elegermos o futuro presidente da Nação pelos próximos 4 anos, além de deputados federais, deputados estaduais, vereadores e governadores. Com o adendo de que, o país enfrenta uma crise financeira e de segurança pública, que está fazendo com que os índices de pobreza (pessoas que estão vivendo com uma média de R$200, por mês) aumente, sem contar com uma intervenção militar no estado do Rio de Janeiro.

Com o atual cenário público, o que não falta é candidato com propostas das mais variadas vertentes, todas com o intuito de estancar à sangria generalizada, principalmente a da corrupção. O mais radical de todos, e, aquele que está em primeiro lugar, no 1º turno, nas pesquisas realizadas pelo Datafolha, é membro do PSL, o auto intitulado liberal, Jair Bolsonaro. Dentre suas propostas, a mais polêmica está a revisão do Estatuto do Armamento com a intenção da liberar ao cidadão à compra de armas de fogo para autodefesa.

Um dos apontamentos da pesquisa do Datafolha é a de que, dentre os candidatos à presidência, aquele que apresenta a maior diferença de possíveis votos, relacionada ao gênero, é o 1º colocado nas pesquisas. Ou seja, mais homens votam neste candidato do que mulheres; estas que também configuram como a maioria que anula ou vota em branco, para a presidência. Movida, principalmente, pelos dados das pesquisas, o grupo “MULHERES UNIDAS CONTRA O BOLSONARO” foi criado no facebook para combater o candidato NAS URNAS e angariar mulheres indecisas e descrentes nos candidatos, a esta luta.


Pesquisa Datafolha


Após esta lauda de contextualização, vamos ao que interessa. Por que combater Bolsonaro se tornou uma questão fundamental para às mulheres?

Começarei respondendo em contraposição ao que o também candidato à presidência do Brasil, Ciro Gomes, disse no ano passado, em relação a pré-candidatura de Marina Silva, quando quis dizer que não à via com energia para a disputa, “o momento é de testosterona”. Testosterona é um hormônio masculino que, segundo pesquisas, influencia na agressividade. Nós mulheres, temos este hormônio em pequenas quantidades correndo em nossas veias, "uma falta" que contribuiu para a nossa pouca agressividade. Também somos abertas ao diálogo quanto às nossas fraquezas, e, no momento estamos, em grande maioria, com um único sentimento, o do medo.

Assim temos medo de que mesmo com jornadas duplas continuemos ganhando menos em cargos idênticos aos dos homens; temos medo que nossos filhos e amigos dentro da variada classificação de gênero e identidade existente, entrem para a estatística de assassinados; temos medo de que nossos maridos e ex-conjuguês com armas em punho cometam mais feminícidios; temos medo de que nossos filhos pobres e negros nunca consigam realizar o ensino superior pois a meritocracia estará em jogo em um país racista e desigual. 

Tendo em vista que votamos em ideologias que acreditamos, e que isto diz respeito a quem nós somos, visualizar que Jair é o primeiro colocado nas pesquisas, demonstra que muitos brasileiros são coniventes com suas ideias. Estes, repetindo, em sua maioria, HOMENS. Logo, a sua não eleição virou uma questão, principal, das mulheres (periféricas, negras, lésbicas, bissexuais, transexuais, transgenêros, travestis...), que no momento, não possuem testosterona, e sim, força. O nosso medo não nos faz agressivas, e sim, estratégicas.

Entre um dos post’s no grupo do facebook que mais me chamou atenção foi a de uma mulher que expôs 3 argumentos para não votar em Bolso e propôs que outras mulheres também comentassem. Aqui deixo à minha resposta como encerramento.

1-    Porque minhas LEIS são regidas pelo AMOR
2-    Porque EU prego o AMOR
3-    E porque o MOMENTO é da MULHER

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